Saxofonistas de rua
O som do sax preenche a alma de vida e esperança, desfaz o vazio sem que seja necessário mostrar para si todos os dias no sorriso, nas nostalgias. Em altos e baixos, a realidade se pronuncia, fica em evidência o seu humor ou mau humor do dia, ressaca, mas de uma forma ou de outra, energiza-se a alma, o dia procede-se e a alma se acalma ou atormenta-se, refletindo na atitude do dia para o outro, e o seu estado de espírito evidencia-se na atitude. Se a reflexão foi proveitosa ou não para continuar, tentar novamente ou deixar que dissipe-se no frio, nevoeiro, a esperança carregada no peito de outrora; mas de uma forma ou de outra com outros olhos passas a enxergar o que antes só te afligia, se te lembrares das nostalgias e te presenteares em está no presente do presente momento, vivendo um dia após o outro sem se afligir com o outro dia. Não é necessário tocar para ser sublime, às vezes só escutar, sentir o bater do coração ritmado pelo auto e bom som de um sax, é o que basta. Pois foi no som do sax que o vagabundo amadureceu, enriqueceu a alma e em seu estado de espírito prevaleceu a lembrança e a esperança da primeira noite que passou em claro e viu o luar desaparecer e seu corpo adormecer por não mais ter como ceder a vontade de tocar ao anoitecer até o amanhecer. O sax equalizou-se em sua vida em alma e atitude de espírito. E a soma do necessário, para voltar todas as noites para seu cantinho e tocar seu velho e bom sax parisiense para si e quem mais souber ouvir e tirar dali um novo pensar para um próspero amanhã, mas com o pé no hoje!! Mantêm a mente do saxofonista em sonhos vagantes como um pensar de uma criança com os pés nas nuvens e o brilho nos semblantes, constantemente rejuvenescido por não precipitar-se com as preocupações de um suposto amanhã.Flávio Roberto Sobral Delgado
Dedicado ao blog Novas Estações
Nenhum comentário:
Postar um comentário